Antônio Godi (Palestra)
Antônio Godi
Antônio Godi atuando em "Histórias Brasileiras" - Palmares Iñaron, 1977
Antônio Godi é ensaista e pesquisador da cultura negra, artista plástico, ator, diretor e produtor de espetáculos de teatro, dança, música e de cinema. Estudou na Escola de Belas-Artes da Universidade Federal da Bahia - UFBA e tem formação de Ator e Diretor Teatral pela mesma instituição. É graduado em Pedagogia, mestrado em Ciências Sociais e, também, mestrado em Comunicação e Culturas Contemporâneas e está desenvolvendo sua tese de doutorado em Cultura e Sociedade no programa da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia - UFBA. Godi é docente efetivo da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS e fundador do S.A.M.B.A (Sócio-Antropologia da Música Baiana)/UFBA, além de coordenar o Núcleo de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade da UEFS. É autor de importantes ensaios e artigos sobre o surgimento dos blocos de índio e blocos afro no carnaval de Salvador, o reggae e a cultura negra, e também sobre a importancia da música como elemento determinante na construção, aceitação e legitimação da cultura negra.
Antônio Godi estréia no teatro no emblemático ano de 1968, ano de repressão e do AI-5, em que as artes de todas as ordens eram censuradas e o teatro era igualmente perseguido e tido, para o sistema vigente da época, como uma prática subversiva. Pois então, é num contexto de militância social e subversão política que Godi estréia nos palcos, atuando na peça O Auto da Compadecida, um clássico do aclamado autor Ariano Suassuna. Após ingressar na Escola de Teatro da UFBA e desenvolver-se como ator, participando de importantes produções de diretores experientes como José Possi Neto, Deolindo Checcucci, entre outros tantos, Godi se destaca, em 1976, enquanto diretor teatral e autor de textos dramáticos, quando constitui o Grupo de Teatro Palmares Iñaron - Teatro, Raça e Posição e passa, então a representar, juntamente com Kal dos Santos, Lia Spósito e Ana Sacramento, um importante segmento para o movimento cultural da época. O Palmares Iñaron montou importantes espetáculos, sendo incado a premios e ganhando a atenção do meio cultural, social e político na Bahia, pois o grupo se inspirava nas questões étnicas, sociais e culturais e ajudou a estabelecer reflexões poderosas sobre a construção de uma identidade étnica e social num contexto, pós-ditadura, marcado por perseguições e censuras.
O Grupo de Teatro Palmares Iñaron nasce em 1976 e parte da iniciativa, de jovens artistas e pensadores baianos da Escola de Teatro da Ufba, em produzir e refletir um teatro que se evidencie as questões étnicas, culturais e sociais do negro, do índio e do sertanejo. Antônio Godi é, então, o criador e o diretor geral do Palmares Iñaron que, além da busca pela qualidade estético-teatral aliada a uma pesquisa antropológica, foi determinante na constituição do Movimento Negro na Bahia. O grupo formou-se, inicialmente com Godi, Lia Spósito, Kal dos Santos e Ana Sacramento e produziu obras determinantes para o contexto socio-cultural baiano da época. Os textos que acompanhavam as montagens do Palmares Iñaron foram pensados e escritos por Godi, que além de dirigir as peças, pensava os cenários e criava a arte dos cartazes (em nanquim sob acetato), ainda atuava e produzia juntamente com todo o grupo.
Antônio Godi é filho da militancia étnica e política, filho de Victor dos Santos - herói negro no sindicato dos ferroviários. Godi é filho do Tororó - bairro em que se criou e desenvolveu o gosto pelas artes, pelo desenho, pela música e pelo samba. No Tororó, Antônio Godi viveu os carnavais do Apaches do Tororó, em que foi criador das fantasias, deste que foi um dos mais importantes blocos com inspiração afro-indígena do carnaval baiano. No Apaches, viu a importancia de refletir sobre a maior festa de rua do planeta e passou a escrever artigos, ensaios e teses sobre a música e a cultura negra na Bahia e no Brasil. Assim, Godi, hoje, reflete sua história e contribui para cultura baiana nas sessões semanais do CEC - Conselho Estadual de Cultura da Bahia, onde exerce a função de Conselheiro de Cultura. Antônio Godi, ainda aguarda com boas expectativas o lançamento do longa-metragem Jardim das Folhas Sagradas, em que protagonizou. O longa tem a direção de Pola Ribeiro e seu lançamento nacional está programado para novembro deste ano. Antônio Godi continua as lutas dos primeiros filhos desta terra, em que afro-brasileiros e povos indígenas constituem a ancestralidade, marcada pela presença da colonização européia. Godi reflete as lutas do Pai da Justiça e os mistérios do Velho Rei das Flores e das Feridas. Godi é grande! Godi é dos Palmares!
Nem tdo. aí publicado bate com a verdade. Mas o que é de fato a verdade. Aí, me sinto homenageado e presenteado pelo novo Palmares Yñaron. Divido o presente com meu eterno irmão Kal Santos (artista completo a iluminar...). Como pensar as sandices do Palmares sem lembrar de Kal c. aqueles olhos negros postados n. face m. negra de nós. Um Kal de cor e olhos serenos e intensos como M. Gusmão, M. Nascimento,Vovô e o grande Milton dos Santos de tds. nós. A cara d. nós. Inclusive d. Victor dos Santos (Meu Pai, meu herói...). Faces parecidas e comprometidas...
ResponderExcluirGodi (contaminado p. nós...)